segunda-feira, 18 de junho de 2007

ADÉLIA PRADO


"...Um fenômeno poético...uma poesia, perdoem o trocadilho, de fé no chão..."
Carlos Drummond de Andrade

"Quando nasci um anjo esbelto
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto, escrevo. Cumpro a sina.
inauguro linhagens, fundo reinos
( dor não é amargura ).
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou."
Adélia Luiza Freitas Prado- Mineira de Divinópolis-Nascida em 1935

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