quinta-feira, 31 de maio de 2007

O POETA DAS COISAS SIMPLES.

" Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares....
Cantares? Não! Quintanares!
...........................................

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.

São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
.............................................

Por isso peço, não pares,
Quintana, os teus cantares.....
Perdão! Digo quintanares."

( Trechos do poema escrito e recitado por Manuel Bandeira, a 25 de Agosto de 1960, na Academia Brasileira de Letras)

Mário de Miranda Quintana, gaúcho de Alegrete. Nascido em 1906, falecido em 1994 com 86 anos.

" Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fecha o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..." (Mário Quintana)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O FEITIÇO DA LUA.



Não sei porque brilhas tanto, posso é tentar imaginar.
Pois no mundo só há um lugar, onde este brilho prateado, não precisa de licença para entrar, e assim, de repente, num grande espelho se olhar e iluminar.
Lua...nova...cheia...nua, faceira e assanhada.
Depois, toda molhada...entregar-se inteira ao mar.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

FORUM: O VIRUS DA "INVEJA" ENTRE MULHERES...REALIDADE OU MITO?

"...não só quem nos odeia ou nos inveja
nos limita e oprime;
.............................
É livre, quem não tem, e não deseja..."
(Ricardo Reis)

Fiquei satisfeita ao constatar que o tema proposto gerou interesse, bom sinal.
Não que seja novidade. Pelo contrário, inveja é um daqueles mecanismos nefastos, mas, que faz parte da bagagem das pessoas. O problema está que seu peso, na mala de nossas vidas, será sempre negativo, principalmente para quem carrega.
Vacinarmo-nos se faz necessário e urgente, e não dói, antes, cura.
Mas...e entre nós, mulheres? Será mais resistente, o que faz esta diferença? Será porque nós falamos mais, expomos mais nossas vidas, desejos, sucessos, pelos comentários aqui, as opiniões, na maioria, corroboram esta realidade do universo feminino. Veremos.
Mais importante, para mim, é estarmos atentas, e, ao partilharmos opiniões, nos capacitarmos a enxergarmo-nos melhor.

sábado, 26 de maio de 2007

GEMEAS.

"Laços que unem como duro aço
Laço que não vejo, apenas sinto."

Irmãs, sim. E gêmeas, univitelinas, idênticas.
Não há heroísmos em nossa história. Lembro-me de dias tranquilos, outros, menos - sem grandes dramas, nem grandes actos de devota fidelidade. Mas, sinto que ela está sempre ao meu lado. Hei de senti-lo sempre.
Não voltamos nunca a encontrar aquele mundo infantil onde as nossas duas almas se confundiam, com a fragância de rosas diferentes, que permanece única e não pode ser jamais separada.
Partilhamos. Pais. Lar. Bonecas. Festas. Catástrofes. Segredos. E os fios de nossa experiência estão tão entretecidos que nos unirão para sempre. Mesmo apesar de vivermos longe uma da outra, há algo de extraordinariamente forte entre nós.
Tivemos sempre um entendimento intuitivo, mútuo, indizível, mesmo ao discordarmos uma da outra. Quando penso em minha irmã gêmea, há algo essencial que sei existir nela, é como ter um sexto sentido, uma percepção, impossível de descrever.
Sempre fomos o espelho uma da outra, que refletia a imagem no momento, e a que gostaríamos de ter, do desejo do que nos tornaríamos, que mulheres seríamos.
Mesmo quando não falamos, é como se ela fosse a voz de um tempo meu, e eu a ouço.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

PARA O MELHOR E PARA O PIOR





"Há uma palavra que nos liberta de toda a dor e peso do mundo, esta palavra é amor."
(Sófocles)


E o pior, pode acontecer num instante...e aí?
É nessa hora, que se faz a opção de honrar, ou não, o compromisso assumido. Melhor dizendo, é nessa hora, que sentimos ou não a vontade de o fazer.
É nessa hora que a construção, que o companheirismo, a amizade, que o projeto que uniu o casal, demonstrará se frutificou ou não.
Nunca será pelas conquistas materiais, ou profissionais.
Nunca será pela aquisição de patrimônio, de status social.
Esta hora "H" será, sim, o somatório das muitas horas, dos muitos dias em que, motivados pela vontade, fomos, pouco a pouco, construindo, remodelando, alimentando...nos fortalecendo, à medida que, pelas cedências e transigências, vencemos a nós mesmos, e fomos recompensados, ou não, pelo retorno, porque, um casal são duas pessoas, assim sendo, um relacionamento, um casamento, um compromisso assumido ( comprometer-se, para mim,num relacionamento significa um alinhamento com o processo de entendimento, amadurecimento, perdão mútuos) de querer estar, partilhar, compartilhar, terá que ser sempre biunívoco, senão, morre na praia...soçobra.
O conteúdo, o que dá consistência a um relacionamento, é um organismo vivo, que continuamente terá que refletir as opções dos envolvidos.
Doação, quando não encarada como auto sacrifício, significa servir ao outro, com a mesma prioridade que damos às nossas necessidades. Acontece naturalmente, quando as engrenagens movimentam-se num ritmo de cumplicidade, de parceria.
É nessa hora que a balança das nossas verdades irá ou não se equilibrar.
Tudo isso virá ao de cima, terá ou não que ser suficiente para poder libertar, conscientemente o outro, para onde terá que ir, ou ficar...
Encontrar e perder são o ritmo da vida, como o dia e a noite, o Inverno e o Verão, a alegria e a tristeza, a esperança e o desespero.
Este ritmo da vida não pode ser alterado, apenas, o tempo dos acontecimentos, em nossas vidas, é que é variável.
São momentos de demanda máxima, mas que tornam-se em experiências únicas, que, ao seu tempo, nos ensinam a entendermo-nos mais, a sermos mais, e também, a nos sentirmos merecedores de poder vivenciar amar, mais que uma vez no decurso de nossas vidas, pois faz parte do que somos, é da nossa natureza.
O princípio será o mesmo, sempre, o funcionamento é que pode alterar-se. Resta-nos, podermos usufruir deste privilégio, e experimentar, experienciar, verdadeiramente, como é bom, amar, e ser amado.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

terça-feira, 22 de maio de 2007

SER MULHER.

Detalhe do "Nascimento de Vênus" por Sandro Boticcelli

"Minha alma feminina
é tão antiga
como o cheiro da terra
que a chuva molha..."
(Virgínia Schall)

Quanto mais aprofundo-me na renegociação da minha relação com o tempo, mais me aproximo do seu mais característico poder: o de passar.
Todos os dias, estou envolvida neste processo, e descobri, que não me sinto envelhecer, sinto-me progredir. Porque o envelhecimento é natural, inevitável, tirar partido disto, é que faz a diferença.
Estou remodelando e reinventando meu caminho, por meio de um vácuo fértil de redescobertas, revitalizações, e, assim, renovo-me.
Este aspecto da dinâmica, a estática dentro do movimento, explica o sentimento de paz, a suavidade com que vivencio este fluxo intenso.
Quanto mais afasto-me de quem era, mais aproximo-me de quem sou.
Como uma espiral, e, assim, no dia-a-dia, percebo que posso e devo mover-me nesta espiral, sem, no entanto, prender-me a ela.
Assim sendo, cada volta da minha trajetória de vida, leva-me a um lugar onde nunca estive, a algo que só poderei conhecer quando chegar lá.
Hoje, aceito-me por inteiro, reconheço minha fragilidade, e permito-me brincar com a minha criança interior.
Dias melhores...outros, nem por isso, mas, aí, deixo-me levar, e choro, ou rio. Todos diferentes, mas iguais pelas demandas com que nos surpreendem, e aí, é que posso aferir, realizar e concretizar, o que vou, aos poucos, depreendendo e aprendendo, como ser humano, e como mulher, claro.
É a life...e é bom estar viva, e ser mulher.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

LAÇOS DE FAMILIA.


"...Juntei os cacos da saudade
retalhos de uma vida,
verdadeira fantasia,
com a qual sairei vestida."
(Marilene Mees Pretti)

A Família sempre teve uma importância grande na minha vida.
Este conceito, hoje tão discutido, para mim tem seu significado muito claro, é ponto pacífico, nasci e cresci em família, fazendo parte, pertencendo.
Não escolhemos nem Pai, nem Mãe, e toda família parte daí, do projeto de duas pessoas, desta decisão de formar uma família.
Nascemos, e, ao longo da vida, vamos aprendendo, ou não, a nos reconhecer, nos Pais, nos irmãos, enfim, na família. Eu, posso dizer, tive sorte. Sei o que é ter tido Pai, Mãe, Avós, irmãos, Tios, primos, primas.
Durante toda a minha vida, usufrui desta presença, pude vivenciar, experienciar ser amada, acarinhada,confortada.
Cada pessoa deixou sua marca, de maneira indelével, no que eu sou, e cada uma, à sua maneira, participou na minha formação.
As vidas, por vêzes, tomam rumos diferentes.No meu caso, a distância, que passou a ser uma realidade, obrigou-me a um aprendizado diferenciado, na administração das relações, dos laços , dos afetos.
Também optei por este projeto de criar uma família, e o fiz, e assim, mesmo impossibilitada do convívio próximo, todos os dias, em todas as situações da minha vida, pude comprovar minha herança, no respaldo que tenho, pelo que eu sou, e agradeço pela família na qual cresci, e sinto saudades. Entretanto, tenho também meu projeto, meus filhos, e, assim, vai girando a roda, sempre.
E, por estar longe, pude,e ainda bem, ao longo dos anos, reconhecer também, pela amizade gratuita e verdadeira, mais irmãos e irmãs, em pessoas maravilhosas, que, pontualmente, foram entrando em minha vida, e , eu, nas delas, também.

domingo, 20 de maio de 2007

QUANDO O INESPERADO, NA VIDA, FAZ SENTIDO...

O céu como limite...

Entrei no apartamento com o pé direito...rsrsrs...não que eu seja supersticiosa, não custou nada.
Sempre fui muito susceptível aos ambientes...senti logo uma energia boa, um calor. Sou curiosa por natureza, mas, de uma forma que não sei explicar bem, não experienciei aquela sensação de estar visitando pela primeira vez. Acho que foi a coerência que se faz presente em todos os aspectos que são identificáveis ali.
Senti-me bem, acolhida, aconchegada e confortável.
Quero que esta seja mais do que a crônica de uma visita, que possa ser a crônica deste encontro inesperado, improvável, mas real, porque aconteceu, tem já um percurso concreto, que vem preenchendo minha vida de uma forma maravilhosamente enriquecedora e gratificante, que faz sentido e que tem sido consentido também, na medida em que é desejado e (re) alimentado mutuamente, o que torna esta vivência um acontecimento maior para mim, uma construção boa e coerente, alicerçada, também no exercício do reconhecimento verdadeiro e autêntico de emoções sentidas, e que, hoje, pela sua intensidade, ilumina um espaço, na minha vida, que por um tempo, esteve, por assim dizer, na sombra. Fez-se LUZ!

quarta-feira, 16 de maio de 2007

OLHAR PARA DENTRO: A "VIAGEM" ESSENCIAL.


"Pois sei que em termos de nossa diária
_e permanente acomodação
resignada à irrealidade_
essa clareza de realidade
é um risco."
(Clarice Lispector)

A vida, este período de existência consciente cedido a cada ser humano, é uma viagem, que tem origem, trajetória e destino.
Isso é certo. A questão que se coloca, será sempre, como, enquanto protagonistas, iremos administrar este conjunto de experiências, de dons, afetos, projetos, capacidades múltiplas , que podemos, ou não, tomar posse, a nosso favor, porquanto serem nossas, por direito, adquiridos, ao nascermos dotados desta maravilhosa dádiva divina, que é a opção responsável, o livre arbítrio.
Os caminhos que se apresentam são muitos, variados.
Cada pessoa nasce inserida num determinado contexto, que será preponderante em sua formação, na aquisição da bagagem necessária, fora isso, o acaso, o improvável, que é sempre possível.
Poderemos sempre desperdiçar esta oportunidade de existir, de viver, de sonhar, de realização, de solidariedadedade, de alegria . Porque tudo isto faz parte do "pacote", juntamente, com a tristeza, a frustração, o egoísmo, a intranquilidade...
A equação parece-me simples. a "viagem" é obrigatória, a escolha do "meio de transporte", ao meu ver, é que será determinante da qualidade desta aventura. Podemos sempre optar por um mercedens benz, ou....
O investimento de interesse e aplicações emocionais e racionais nas vias de passagem, que é existir numa terra vasta, com paisagens surpreendentes, armadilhas, mas também com recompensas nem imaginadas.
Podemos analisar, ver, descobrir.
Podemos ser honetos e abertos, não nos corrompermos por mediocridades e covardia. E assim, inventarmos rotas mais compensadoras pela nossa dedicação, pela nossa opção no investimento.Não se volta atrás, o "combustível", o tempo só conhece um sentido.
Não se refaz, mas, sempre, sempre, podemos revisitar, recomeçar, pelo aprendizado, nos erros, nos acertos..
Entretanto, por vêzes, somos péssimos passageiros...em lugar de investir, roubamos; em lugar de cuidar, negligenciamos; em lugar de usufruir, jogamos fora o bem maior de nossas almas.
Mas, poderemos sempre fazer este "upgrade"existencial (essencial), para chegarmos a bom porto, com a tranquilidade e a certeza de termos feito boa viagem, pois que a vitória estará sempre nisso mesmo, e a felicidade, esta, é o caminhar em si, enquanto seres humanos completos na sua complexidade, complementares na sua natureza, finitos na matéria, mas eternos pelas marcas deixadas ao longo do caminho.

terça-feira, 15 de maio de 2007

NO EIXO RIO-LISBOA.


...na poesia desta cidade que ilumina,
na sua luz e nas suas sombras.
Esta cidade de sobe e desce, num ritmo
de telhados, azulejos, pedras..." (Constança Lucas)
"...tornou-se grande e sórdida, ó cidade
do meu amor maior! Deixa-me amar-te
assim, na claridade
vibrante de calor!" ( Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes)

As circunstâncias da vida, o inesperado, que sempre vem ao nosso encontro, por vêzes, escrevem das maneiras mais inusitadas nossas histórias.
Na minha, em especial, esta característica está marcada pelo meu trajeto nos últimos vinte e poucos anos.
Nascida e criada em uma cidade, parto para outra , depois, outra, depois outro país, várias mudanças, expectativas, muitas.
Mas, como sempre, existem dois lados a serem analisados. Perdas e ganhos, que estão sempre presentes, e , que, lado a lado, vão equilibrando a balança de nossas existências.
Pesam, a distância, o afastamento das pessoas queridas. Hábitos do cotidiano, amizades, lugares....Tempo que não volta atrás...Espaços que são redimensionados. Adaptações constantes são necessárias, sempre.
Na virada, e ainda bem, as compensações são muitas.
Tornamo-nos, pouco a pouco, cidadãos de dois mundos diferentes, duas culturas.
Aprendemos e ensinamos.
Pontes são construídas, laços de amizade, raízes são criadas e aprofundadas.
E , assim, criamos um espaço também nosso, onde sentimo-nos pertencer e que também nos pertence.
Acolhemos o novo e somos acolhidos.
E assim, nossas trajetórias reinventadas, descobrem-se infinitamente ricas, e , nossas bagagens, enquanto pessoas são acrescidas de mais valias que só este tipo de experiência permite vivenciar.
Duas cidades..dois amores.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Depois da Tempestade...a Bonança.



"...A vida vem em ondas, como o mar, num ir e vir infinito."
(Lulu Santos)

Ao olhar para trás, vejo que encarei a vida, acreditando sempre.
Hoje, continuo encarando, acreditando, mais do que nunca, na verdade,
nos sonhos a serem realizados, no Amor; e sei que muitos também, como eu, acreditam.
Agora, sinto cicatrizar as feridas, como se por um processo de restauração. Minha alma e meu coração, depois da Tempestade, estão aptos para usufruirem da Bonança.
As marcas, estas, quero que fiquem para sempre, pois, assim, tenho a certeza de que o Amor, a Amizade, o Respeito
existem.
Amanhã, ahhhhhh!!!! O amanhã...quando chegar, estarei aqui, encarando, acreditando, na verdade, nos sonhos, e, claro, no AMOR...!!!

MATERNIDADE.



"...todas são Mães, todas são belas,
mudinhas de Maria, brotos da Mãe Rosa..."
(Antonio Poeta)

CARTA A MEUS FILHOS.



Meus filhos queridos, quando olho para vocês, os dois, hoje, enxergo claramente, que os acontecimentos, que fazem parte da vida, mas, que nem sempre são de acordo com nossas vontades, quis que vocês se tornassem homens mais cedo. Que amadurecessem pelo sofrimento, eu sei.
Não nego, emoções distintas afloram...como Mãe, quero sempre proteger, poupar.
Mas, o que quero mesmo registar aqui, é a enorme tranquilidade que experimento quando, ao olhar para trás, e, ao fazer um balanço dos últimos dois anos de nossas vidas, poder respirar fundo e sentir uma imensa admiração por vocês os dois.
Hoje, vivemos como uma equipe, coesa, forte.
Choramos e rimos juntos. Partilhamos. Confiamos uns nos outros.
Aprendemos a libertar pelo AMOR.
Como Mãe, só posso desejar que vocês se realizem como seres humanos íntegros e validados, que aprendam com seus erros sempre que se fizer necessário, que interiorizem como uma verdade já por vocês experienciada, a vitória estará sempre no caminho percorrido, e que nasceram abençoados com saúde perfeita: cuidem dela;
com raciocínio: usem a seu favor;
com coração: amem;
com dois braços: trabalhem;
E que terão sempre, sempre, meu amor incondicional, por isso, nunca estarão sós.
Sejam Felizes!
Sua Mãe.

sábado, 12 de maio de 2007

Minha avo: uma alma perfumada.


"...deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que me vão lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."
(Cecília Meireles)

Minha avó é uma PRESENÇA em minha vida, muito mais que uma lembrança.
Uma ENERGIA forte e boa que permaneceu, que continuo a sentir, que faz parte mesmo
do meu cotidiano.
Marcou sua existência na minha, pela conjugação do verbo AMAR, na sua forma mais difícil,
que é pela DOAÇÃO.
Uma mulher simples, que na sua simplicidade, foi COMPLETA.
E todas as minhas lembranças de infância, as mais significativas, as melhores que tenho, estão ligadas a ela.
Hoje, tenho plena consciência, da importância que teve em minha formação, e , de como, foi um esteio, um porto seguro para mim.
Nunca disse isso a ela, mas hoje, escrevo, e , de alguma maneira, sei que "o vento vai falando..."

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Na Primavera da Vida.


Estamos em plena Primavera...sempre foi minha estação predileta do ano, quiçá, porque é a que SINTO mais.
Hoje, percebo plenamente, e, ainda bem, que a VIDA, nossa existência, com toda sua efemeridade, é, também cíclica.
Não controlamos as tempestades, os invernos sombrios, que por vêzes abatem-se sobre nós, como uma cortina de chuva, chegam sem aviso prévio...verdadeiros tsunamis, mas passam.
O exercício de nosso pleno e livre arbítrio, maravilhosa dádiva divina, esta nossa, de podermos optar, e assim, passarmos de expectadores a autores, da parcela de vida que podemos ( e devemos), controlar, permite-nos, entretanto, e, sempre, esperar pela PRIMAVERA de nossas vidas, também....e podem ser muitas...e tantas...e boas.
Pablo Neruda, uma vez, escreveu..."..podem matar todas as flores, mas, jamais, acabarão com a Primavera...". Assim, somos nós, se , conscientemente, adotarmos uma atitude de tranquila expectativa, e decidirmos, corajosamente, romper padrões pré-estabelecidos, formatados previamente em nossas mentes, e VIVER.
O "conforto" , que às vêzes, nossos egos, levianamente, fazem-nos acreditar, que a auto-piedade pode nos proporcionar, é passageiro, pois que não é verdadeiro, apenas, um paleativo, que inconscientemente criamos para, em determinados momentos, continuarmos caminhando.
Mas, é um "software" (rsrsrrs) capcioso, na medida que, traz consigo, uma série de "recursos" que trabalham "contra", por assim dizer.
Assim ao, OPTAR, pela PRIMAVERA, posso, hoje, sem dúvida, afirmar, que fiz a escolha certa.
Obviamente, penso por mim, e, assim, escrevo por mim, mas, não somente para mim, é, esta, em última análise mesmo, minha proposta.
Porque, enquanto no exercício de nossas individualidades, SOMOS TODOS UM.
E, por hora, até quando puder, neste "baile da vida"...quero mais é dançar, no compasso ritmado pela minha vontade, procurando sempre a LUZ de outros, ou do outro, tal como um FAROL, uma GUIA, que me oriente e direcione, porque, SENDO EU, não sou nada, mas, navegar é preciso...SEMPRE.

Aos Mestres... com carinho.



"Todos os meus escritos ficaram inacabados, sempre novos pensamentos se interpunham,
associações de idéias extraordinárias e inexcludíveis, de término infinito."
(Fernando Pessoa)

LATITUDE......ATITUDE.

"O Pensamento manifesta-se na Palavra,
A Palavra manifesta-se na Ação,
A Ação torna-se Hábito,
O Hábito faz-se Caráter."
(Buda)

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O REIKI....Energia Vital do Universo


O BEM-ESTAR.
Equilíbrio. Harmonia.
Desenvolvimento de nossas capacidades individuais.
Vivenciando a tranquilidade no cotidiano.
Os Golfinhos...primeiros REIKIANOS do Planeta.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Sentires e Sabores



... Cozinhar com prazer.
Minha "saga" culinária teve início assim meio que por acaso, digamos não estar nos meus planos, não ter sido propositadamente uma meta, um objetivo. Apenas, aconteceu...E aí, tive mesmo que optar pelo prazer, e assim, minimizar a faceta da "obrigação", o mais possível. E gostei. E gosto até hoje, claro, hé dias e dias, como em tudo, mas, no cômputo geral, faço do cozinhar um jogo gostoso entre eu e os tachos, as receitas, os utensílios...Depois, mais importante de tudo, os consumidores aqui das minhas "delícias" (rsrsrrsrsr) fazem valer à pena, e assim, cozinhar pode e deve ser sempre um acto de amor.

O Prazer da Leitura




Espaço para quem gosta de ler e quer comentar e partilhar...


" E, assim, muitas vêzes, escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me façam festas, criança menina ao colo delas."
( Bernardo Soares)


..."Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida- a verdadeira- em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira."
(Mario Quintana)

Sempre gostei de ler, hábito este adquirido ainda bem cedo, e ainda bem, se bem que o dia é sempre, hoje, o momento é sempre o agora.
Considero que um livro, é um mundo, um Universo em si mesmo, que nos transporta em viagens inéditas e irrepetíveis, porque tem alma, é essencialmente, a expressão mais pura de quem o escreveu, mas, de alguma maneira ganha vida própria, identidade única.
Quando penso em quantas viagens já fiz, e quantas mais quero fazer, com um livro nas mãos...
Quanto de minha construção enquanto ser pensante e humano, devo a este simples gesto...o de abrir um livro.
O proprio acto de escrever em si, que seja uma carta....sempre será mais capacitado pela leitura, pela aquisição de vocabulário, pelo conhecimento que se adquire, pelas emoções e sensações que nos transmitem a leitura.
Interessante, que, com o avanço da informática, com o advento da internet, e agora, com a facilidade com que entramos aqui e criamos um blog, acho que a leitura, a escrita, pode e deve ganhar novo alento em todos os níveis, o que será uma maravilhosa dádiva da tecnologia.
E, por falar em blog, este que criei, vem, por assim dizer e já dizendo...na "boléia" de outro, pois, sempre tive esta vontade de escrever para outros lerem também, mas, não sei explicar bem, faltava-me algo para romper minha própria inércia...e de repente..."voilá". Uma pessoa muito querida por mim, que escreve muitíssimo bem, e tem uma sensibilidade diferenciada mesmo, cria o seu espaço virtual, o blog, e eu, vou ali, escrevo, gosto desta vivência....e eis-me aqui. Portanto, só posso agradecer o "apadrinhamento" involuntário e esperar que outros por aqui passem, assim, pontes vão sendo criadas...nesta imensidão que é o virtual. Bem hajam!

EU SOU.


É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence."

(Cecília Meireles)

SENTINDO o Mar.





Olhar o mar...olhar o outro...olhar-me.


"De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua..."

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


O Mar sempre teve um papel relevante em minha vida, adoro o Mar, fui criada numa cidade de praia, com uma cultura praiana...onde tudo tinha lugar ali na areia...ir à praia era assim "o pão nosso de cada dia"...um alimento mesmo.
Encontros, desencontros...O primeiro beijo...as paqueras...o vôlei..o futebol...o surf...tudo.
Uma referência de vida. E, hoje, continuo a ter o MAR bem perto e agradeço, pois, não sendo a minha praia..é outra, desta Terra, também à beira mar plantada, e linda!
E, o Mar, fala...e me escuta também.
Pela manhã, caminhar beirando o MAR...Ouvindo o MAR...Sentindo o MAR.