
"Cecília, és tão forte e tão frágil. Como a onda ao termo da luta. Mas a onda é água que afoga; tu, não, és enxuta". Manuel Bandeira
"(...)Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade é em tudo, o fundamento da minha personalidade.
(...)Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, mas que foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa sempre foi a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram os segredos dos seus mecanismos, e as bonecas, o jogo de seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre estes dois tempos de vida, unidos como o fio de um pano."
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
_ não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto,e a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo.
_mais nada."
Cecília Benevides de Carvalho Meireles,carioca da gema. !901-1964
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