
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares....
Cantares? Não! Quintanares!
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São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
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Por isso peço, não pares,
Quintana, os teus cantares.....
Perdão! Digo quintanares."
( Trechos do poema escrito e recitado por Manuel Bandeira, a 25 de Agosto de 1960, na Academia Brasileira de Letras)
Mário de Miranda Quintana, gaúcho de Alegrete. Nascido em 1906, falecido em 1994 com 86 anos.
" Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fecha o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..." (Mário Quintana)