sábado, 26 de maio de 2007

GEMEAS.

"Laços que unem como duro aço
Laço que não vejo, apenas sinto."

Irmãs, sim. E gêmeas, univitelinas, idênticas.
Não há heroísmos em nossa história. Lembro-me de dias tranquilos, outros, menos - sem grandes dramas, nem grandes actos de devota fidelidade. Mas, sinto que ela está sempre ao meu lado. Hei de senti-lo sempre.
Não voltamos nunca a encontrar aquele mundo infantil onde as nossas duas almas se confundiam, com a fragância de rosas diferentes, que permanece única e não pode ser jamais separada.
Partilhamos. Pais. Lar. Bonecas. Festas. Catástrofes. Segredos. E os fios de nossa experiência estão tão entretecidos que nos unirão para sempre. Mesmo apesar de vivermos longe uma da outra, há algo de extraordinariamente forte entre nós.
Tivemos sempre um entendimento intuitivo, mútuo, indizível, mesmo ao discordarmos uma da outra. Quando penso em minha irmã gêmea, há algo essencial que sei existir nela, é como ter um sexto sentido, uma percepção, impossível de descrever.
Sempre fomos o espelho uma da outra, que refletia a imagem no momento, e a que gostaríamos de ter, do desejo do que nos tornaríamos, que mulheres seríamos.
Mesmo quando não falamos, é como se ela fosse a voz de um tempo meu, e eu a ouço.

9 comentários:

Anónimo disse...

que lindo... niki

RFTX disse...

Li, e muito fui apreciando ao longo da "aventura" cronológicamente tão bem descrita, numa verdadeira descida até aos dias de hoje.
Confesso, abro o jogo, (acho) conheço um pouco de uma das metades,a autora, e por ela, com ela consigo transportar-me para o tal tempo presente, em que ambas se encontram,ainda que num espaço não obrigatóriamente físico...de proximidade!!!
É uma sensação que suscita quase inveja, tal o grau, a intensidade de sentimentos, emoções, sensações e intuições, que dum lado para outro viajam por cima do Mar.
Atrevo-me a sublinhar, se sente porque transpira á superfìcie a SAUDADE, o DESEJO de voltar a sentir, olhando no olho, e cheirando, tocando, fica a certeza que por vezes abana em ventos de maior fragilidade, e imcompreensão.
Diz muitas vezes uma amiga minha que é do Algarve,tão longe é de cá lá, como de lá cá (passe o mau português).Fica a ideia...
Revisitar o passado, ou melhor, sentir necessidade de o retrospectivar, creio, possa ser entendido como uma manifestação de "busca" d'um apoio mais presencial, a instalação de uma corrente contínua mais sensitiva e sensorial, uma forma de apelo à manutenção de uma existência que perdeu vivência no presente por razões sabidas e assumidas...
Eu tenho dois sobrinhos gémeos, com pouco mais de três anos,não tão idênticos por certo, mas divirto-me entre outras coisas, a observar e tentar a preender essas características uniões que normalmente só são visiveís entre dois seres tão próximos.
Apraz-me, para além do mais, sublinhar a sensibilidade deste texto que dedica à sentimento que une ambas as irmãs, que estou certo só poderá motivar inspirada resposta a ser enviada do outro lado do Atlântico, e dessa forma, se fechar esta linha de comunicação por si aberta desta forma tão genuínamente reconfortante para o sujeito bem explícito no mesmo, ou seja, sua irmã gémea.
E aos vossos leitoe(a)s, ambas darão o sincero prazer de pelas palavras "ditas" serem testemunhas de ligação tão íntima e especial.
E , assim, dessa forma simples, saírmos mais enriquecidos.
Bem hajam.
mp

RFTX disse...

Quantas vezes uma reflexão de peito aberto, emocionada, não pode ser um inconsciente apelo à atenção, compreensâo e suporte de concordância "presente", ainda que de longe...

Quantas vezes, não percebemos de forma suficienttemmente clara quão verdadeiro e sentido é esse "indirecto" apelo, num esforço de "aproximação" e feedback notório e evidente.

E o ttempo passa, numa mmultiiplicidade dde ausências físicas, que vão perpetuando e espaçando a prática do afecto necessário e esperado.

Porque ninguém é verdadeiramente auto-suficiente, e os saccrifícios tendem a ser (mal) interpretados como correntes comportamentais normais, e inevvitáveis, que nnão paramos para tentar perceber no outro, e relevamos, pois é mais confortável...está longe, vem de longe, se sente á distância..."apenas"!!!

O implícito não satisfaz a cuuriosidade do necessário.

O necessário avilta o espectável...em ondas de instavel emoção.

Será que paramos, de facto, tempo suficiente para olhar para o lado?

Qual é realmente o verdadeiro senntido de um apelo?

Será que estamos sempre preparados para acompanhar o outro nas suas reconstruções, e admirá-los pela foorma como, duramente, se reinventam e levantam das cinzas, nas cinzas?!

Se assim fôr, como o provamos, apenas por via implícita, ou de foorma mais documental e factual...presencial?

Porque sempre achamos que ao demostrarmos compreensão,acceitação por uma postura assertiva, uma decisão corajosa, quase invejável, tal a Nobreza do gesto!

É uma migração desacompanhada de sentimentos novos e renovados diáriamente...porque é necessário estar atento, na tranquilidade construída com esforço, coer|ência, sólida estrutura alicerçada em príncipios de concreto ,mas como na construção, com inerentes fragilidades,que só se colmatam com muita e trabalhada sabedoria.

E a paz interior se consolida, por entre certezas prenes, e fragilizações efémeras,passageiras, mas ainda residuais...

E é neste Oceano longínquo de trocas, mais ou menos tactéis, que há lugar ao elogio retórico e substantivo de qualidades raras e natas que "tudo" tornam possível, cuja imagem que se nos apresenta é de algo bem feito, com gosto,mas não se enganem, com grande e diferenciada coragem, disse atrás, quase invejada postura, por ser de fácial acessoa a t\ao pouc(a)s...só ás indubitávelmente escolhidas por serem diferenciadas, as melhores, fruto de seleção natural.

O Mar inspira, acalma, ou agita, se transforma emm luz ou sombra, ondeia e rebenta num branco espuma,que navega.

De um lado e do outro se vive, e o tempo avança....que todos sabemos não reggride, não aceita retrocessos, não se compadece com hjustificações de menor humanismo


No seu texto se vislumbra SAUDADE.

Será que só eu intui esse facto?

Acordai ó vozes caladas, e comunicai, por que o tempo é só um, e terminará,para todos, que ninguèm hilariantemente se engane.

Parabéns pela sua dádiva,pelo seu texto, pelo seu reflexivo apelo subconsciente a mentes adormecidas no igual (de)correr dos dias das NOSSAS vidas, todos nós.

DESEJO que possa voltar a vêr a luz do aço, e que ele reverbere e se replique noutro(a)s.

mp

RFTX disse...

Peço desculpa pelas repetições de letras,mas não estou familiarizado ainda com o teclado do iMAC.
Obrigado pela compreensão.
mp

Anónimo disse...

Saudade reprimida e adiada, que Karma desnecessário por falta de atenção real, de tempo para parar, e revêr com coragem atitudes, posturas, lembranças...e não trabalhar remorços, um dia, obrigatoriamente mais tarde,se for a tempo.

Jamais se diz aquilo que fica por dizer.

Nunca é tarde para (re)conectar, pois se afunilam os principios, os alicerces e, de novo, as lembranças boas, de conjunto...

Será que é inevitável ter que aceitar pláciamente a distância, ou melhor, as distâncias,sejam elas física ou mental?

Será que o vento deve soprar sempre do mesmo lado, e para o mesmo lado...

Será que não sentis vós a brisa?
Pois estou seguro que ela já vos assumou por perto, te envolvendo em círculos de reikiana energia, irradiada por um coração são, mas que bate como uma máquina, sem o ser!!!

A FORÇA QUE PODE TER UMA PALAVRA QUANDO APESAR DE INCONSCIENTEMENTE ESPERADA, ELA NÃO É ADIVINHADA,MAS INTUIDA.

ACORDAI VÓS PARA O QUE DE MAIS BONITO TEM O SENTIMENTO VERDADEIRO, COERENTE E CONSTANTE.

ACORDAI DESSA LETARGIA, ROMPEI ESSA INÉRCIA DE UMA FALSA SATISFAÇÃO.

CHEGA DE "DESCULPAS", QUE NEM FORÇA, FUNDAMENTO TÊM PARA O SER.

ASSUMI-VOS VÓS QUE PENSAIS, E PARTILHAI, POIS CREIO, SAÍREIS IGUALMENTE ENRIQUECIDO(A)S NESSA TROCA.

e SE NADA FIZERDES?

SABEIS POR CERTO QUE O RELÓGIO DESTE TEMPO PRESENTE NÃO PARARÁ JAMAIS...

OBRIGADO POR ME ATENDERDES.

SEJAI SÁBIO(A)S NA VOSSA EXISTÊNCIA, E USAI A MEMÓRIA, REFRESCANDO-A EM CACHOEIRAS DE REFRESCANTES PENSAMENTOS, E ASSUMI QUE PODEIS TER NECESSIDADE DE...WE AÍ, SEGURAMENTE, PERCEBEREIS QUE ASSIM COMO VÓS TE SENTISTES RECONFORTADO POR ASSIM PENSAR, DE PENSAR ALGUÉM LONGE, QUE EXISTA PARA TI, OUTROS HÁ QUE USAM INCONSCIENTEMENTE DA MESMINHA LEGÍTIMIDADE.

É HUMANO, NO MÍNIMO.

Anónimo disse...

Ontem adormeci, não rápido, e tive tempo para me espraiar em pensamentos reflexões, pois o cansaço físico era grande, e me havia roubado o sono.
E eu que tanto não queria ter passado a noite com a (in)Sónia!!!
Tinha acabado de ver algo me arrepiara, a propósito da catástrofe que foi a queda do avião da Tam, em S. Paulo, estava eu a ver a SIC notícias, e mostraram quando no espaço das chegadas onde se encontravam os familiares das supostas vítimas, alguém nos altifalantes ía dizendo os nomes das vítimas confirmadas. Que dor imensa, que provação!

Como quando somos sensíveis, permeáveis, unos e coerentes, estas "cenas" nos tocam, pois somos capazes de ser humanos, de parar e olhar para o lado, de conseguir nesta roda vida que se tornou o tempo/espaço de todos onde todos nós pairamos.
Como é bom não ser intrínsecamente EGOÍSTA!!! Deus deu-me essa benesse, fez-me à semelhança de meus Pais, e eu tentei não os "desiludir" nesta minha continua existência.

Talvez por essa razão, sou tão hipersensível, epidermicamente, a quem não consegue sair do seu "mundinho", mesmo que seja ele muito legítimo e bem conduzido, e harmonioso.
Sair verdadeiramente para fora de si, e ter a humildade de olhar em redor, e parar para pensar,ter coragem de conseguir perceber,de conseguir dar, sem esperar só que esse retorno seja para se auto-satisfazer, para auto-alimentar egos enviezados, ou mesmo distorcidos.

Como se podem enriquecer as pessoas que conseguem este movimento, pois neste gesto se tornam mais gente, mais abrangentes,mais humanistas.

Desde há muito que li/leio com atenção todos os comentários associados a estes posts,aliás, todos bem assertivos, e me associei ao jeito de uma natural e endémica solidariedade a UM SENTIMENTO tão bem expresso nele,linha após linha,e da sua leitura me assaltam sentimentos vários!!!

"Se soubesse como penso em você...mas esta vida, sabe, não tem tempo, tanto trabalho, uma correria...."

Que frase vazia esta!!!

Nada nunca é unilateral, nem sempre a clarividência nos acompanha, muitas vezes,apesar da educação,e de sua semelhanças, os comportamentos divergem, mesmo na essência, e os hábitos bons se interrompem, se desligam, se esfumam com o tempo, inexoravelmente.

E como resgatá-los se não se tiver a lucidez e humildade para se confrontar com o ERRO?

Para quando o entendimento?

Que pena mais pessoas neste "Mundo" pouco ou nada perceberem do que é inteligência emocional, o que significa, para que "serve" quando a conseguimos sentir e usar, como se podem abrir outras janelas que deixar pasar a luz que ilumina a incapacidade que é sempre inerente aos comportamentos egocêntricos.

Como a minha tolerância é zero com pessoas que não vão um pouco mais além da vista do seu próprio umbigo. Como lamento essas existências, como elas se devem lamentar a elas próprias nas suas (delas) incapacidades e insuficiências!

Como a palavra DISTÂNCIA pode servir de chapéu-de-chuva, abrigo frágil e pouco sincero a desculpas esfarrapadas e inconsequentes.

Nem o Sol bonito, luminoso e quente ajuda estes seres na sua (re)descoberta, e como seus percursos aparentemente muito importantes, diferenciados, únicos ( no entendimento deles), são bastas vezes vidas pouco mais do que vazias, algo sempre em vias de concretizar...

Bem haja "umOlhardemulher", jamais desista de ser DIFERENTE, pois suas características entendíveis que são nas palavras que escreve, acalentam-nos,a nós, que acreditamos que nem todos somos iguais, antes pelo contrário.

E nem todos podem ser tão ricos como você, mas seu retorno virá atempadamente, estou seguro.

Permita-me despedir cumprimentando-a, com imensa consideração,admiração, e estima.

Jamais desista, pois os outros ainda vão aprender com seu exemplo de vida, mesmo que corram o risco de se sentirem pequenos, muito baixos ao pé de si.

Anónimo disse...

E AÍ MARIA CRISTINA,TUDO BEM COM VOCÊ.
Quanta distância,quanto tempo não vivido, que incomunicabilidade desnecessária e ,quase, um pouco amarga.
Porque não aparece "mais" para conversar, para sabermos um pouco mais uma da outra,participarmos mais de uma vida que sempre foi comum.
Tem noção que o tempo está correndo pordemais rápido?

Te espero, com amor. Aparece,vai,não esquece não, tá?!
Beijos

RFTX disse...

Será que um dia ainda vou assistir a um encontro das duas manas gémeas?

RFTX disse...

Tenho Fé que sim.