terça-feira, 15 de maio de 2007

NO EIXO RIO-LISBOA.


...na poesia desta cidade que ilumina,
na sua luz e nas suas sombras.
Esta cidade de sobe e desce, num ritmo
de telhados, azulejos, pedras..." (Constança Lucas)
"...tornou-se grande e sórdida, ó cidade
do meu amor maior! Deixa-me amar-te
assim, na claridade
vibrante de calor!" ( Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes)

As circunstâncias da vida, o inesperado, que sempre vem ao nosso encontro, por vêzes, escrevem das maneiras mais inusitadas nossas histórias.
Na minha, em especial, esta característica está marcada pelo meu trajeto nos últimos vinte e poucos anos.
Nascida e criada em uma cidade, parto para outra , depois, outra, depois outro país, várias mudanças, expectativas, muitas.
Mas, como sempre, existem dois lados a serem analisados. Perdas e ganhos, que estão sempre presentes, e , que, lado a lado, vão equilibrando a balança de nossas existências.
Pesam, a distância, o afastamento das pessoas queridas. Hábitos do cotidiano, amizades, lugares....Tempo que não volta atrás...Espaços que são redimensionados. Adaptações constantes são necessárias, sempre.
Na virada, e ainda bem, as compensações são muitas.
Tornamo-nos, pouco a pouco, cidadãos de dois mundos diferentes, duas culturas.
Aprendemos e ensinamos.
Pontes são construídas, laços de amizade, raízes são criadas e aprofundadas.
E , assim, criamos um espaço também nosso, onde sentimo-nos pertencer e que também nos pertence.
Acolhemos o novo e somos acolhidos.
E assim, nossas trajetórias reinventadas, descobrem-se infinitamente ricas, e , nossas bagagens, enquanto pessoas são acrescidas de mais valias que só este tipo de experiência permite vivenciar.
Duas cidades..dois amores.

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