
"Minha alma feminina
é tão antiga
como o cheiro da terra
que a chuva molha..."
(Virgínia Schall)
Quanto mais aprofundo-me na renegociação da minha relação com o tempo, mais me aproximo do seu mais característico poder: o de passar.
Todos os dias, estou envolvida neste processo, e descobri, que não me sinto envelhecer, sinto-me progredir. Porque o envelhecimento é natural, inevitável, tirar partido disto, é que faz a diferença.
Estou remodelando e reinventando meu caminho, por meio de um vácuo fértil de redescobertas, revitalizações, e, assim, renovo-me.
Este aspecto da dinâmica, a estática dentro do movimento, explica o sentimento de paz, a suavidade com que vivencio este fluxo intenso.
Quanto mais afasto-me de quem era, mais aproximo-me de quem sou.
Como uma espiral, e, assim, no dia-a-dia, percebo que posso e devo mover-me nesta espiral, sem, no entanto, prender-me a ela.
Assim sendo, cada volta da minha trajetória de vida, leva-me a um lugar onde nunca estive, a algo que só poderei conhecer quando chegar lá.
Hoje, aceito-me por inteiro, reconheço minha fragilidade, e permito-me brincar com a minha criança interior.
Dias melhores...outros, nem por isso, mas, aí, deixo-me levar, e choro, ou rio. Todos diferentes, mas iguais pelas demandas com que nos surpreendem, e aí, é que posso aferir, realizar e concretizar, o que vou, aos poucos, depreendendo e aprendendo, como ser humano, e como mulher, claro.
É a life...e é bom estar viva, e ser mulher.
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